Páginas

domingo, novembro 30, 2008

Mais do mesmo Dubai

Fotografias de Luiz Carvalho, hoje em Sharjah, Dubai.






sábado, novembro 29, 2008

Dubai por Luiz Carvalho







Sharjah no Dubai, hoje ao caír da noite. Fotos: Luiz Carvalho

quinta-feira, novembro 27, 2008

Arquitecto do mamarracho do Rato vence Parque Mayer

O quarteirão fecha-se. Adeus Ghery, adeus Lisboa, adeus oportunidade única de se ter uma obra de referência internacional na cidade capital. Vamos ter um projecto que parte de um programa já de si burocrático e cinzento: sempre um hotel, mais duas salas de espectáculos a somar às trinta e tal que a Câmara já tem (é verdade meus caros), mais uma medida demagógica e perigosa: pôr o jardim botânico aberto e a fazer ligação directa entre a Politécnica e a Liberdade. Aquele jardim não tem de ser uma passagem.
Vão haver escadas rolantes entre o Parque Mayer e a Politécnica, mais restaurantes porque há poucos em Lisboa...e se a arquitectura for daquela estirpe que o arquitecto Mateus propõe para o gaveto do Rato, então vamos ali ter no velho Parque o primeiro dos armazéns de caixotes em contentores. Depois é só seguir para a beira-rio.
A escola da arquitectura dos tempos do SAAL, anos setenta, do tempo em que Siza e seus pupilos criaram a arquitectura mais chata da Europa, aí está de novo.
Temo o pior, mas vai tudo acabar com uma obra mais cara do que o projecto do Ghery (querem apostar?) e que os turistas e lisboetas vão ficar indiferentes. Volta Santana estás perdoado.

Santa Judiciária

Afinal não há polícias maus na Judiciária, nem inspectores malvados. Hoje em tribunal as testemunhas de defesa correram um verdadeiro louva-minhas às qualidades profissionais, humanas e tudo, daqueles que entraram como bestas no tribunal acusados de terem espancado Leonor Cipriano e parece que vão sair como bestiais. A corporação uniu-se, não fosse ela uma corporação, e deu o melhor, dizendo do melhor, sobre essas equipa maravilha que primeiro argumentou que as murraças na cara de Leonor tinham sido devidas a uma queda escadas abaixo, depois argumentaram na base de explicações que até metia photoshop.
Portanto a vitima é que é uma besta pois teve o atrevimento de aparecer brutalizada, acusando os exemplares bófias que nem uma pulga conseguem matar entre um estalar de dedos.
Leonor Cipriano pode ser muita coisa, pode ter cometido o crime mais infame, mas não tem o direito de levar uma carga de porrada que nem a ditosa PIDE teria tido a desfaçatez de cometer.

O Festival de Cannes dos ratatuis




O frio corta em S.Sebastian( Donostia) mas o Sol de Inverno desenha e dá relevo aos rostos dos bascos que gostam da rua para passear. Velhos e crianças, senhoras de antigamente e alguns marginais povoam esta cidade que transpira outros tempos. O mar revolto galgou a terra mas quando ontem cheguei para um Festival de Gastronomia a bonança estava instalada.
Imagine-se uma Casa da Música, à beira da praia, cheia de gulosos, de espertos em sabores de toda a ordem. Queijos e vinhaça, gelados, presunto Joselito, chouriços tão tentadores como o colesterol que contêm, licores, peixe, chocolate.... e um auditório com mestres de culinária a dissertarem sobre os seus pratos como se estivessem, e estão, a falar de filosofia.
Aliás estes festivais de gastronomia partem de uma ideia filosófica: o sabor como forma de atingir o sublime, logo ali na boca, muito mais do que na fase seguinte a da barriga cheia.
Estive dois dias a comer, petisca ali, beberica acolá, revira os olhinhos e diz "excelente!", muda de tenda e apanha o palito com mais petisco, pergunta o que será aquilo...é isto e muito mais um festival de gastronomia, uma espécie de Festival de Cannes não para os olhos ( que também comem) mas mais para a língua.
Só mestres portugueses eram sete, se não me engano, e deram um jantar hoje mesmo que foi por si um corridinho de sabores. Fechando os olhos não se diria que se estava a comer necessariamente comida portuguesa, mas vindo de um básico como eu que só aprecia comida a preto e branco, ou seja: bacalhau do bom com grão a desfazer-se, regado a azeite do melhor, ou prefere o arroz doce a gelado de queijo com molho de não sei quantos ingredientes...só poderia sair uma alarvidade destas.
A cozinha está na moda e está intelectual. Hoje os cozinheiros já falam, usam termos ingleses como se fossem quadros de uma empresa multimédia e um chegou a discursar falando de Lisboa como capital atlântica de sentido poético e de vocação marítima, como se ali estivesse um embaixador da cultura ou um cérebro da empresa que inventou o Allgarve. Claro que nós ainda não temos um Adrian e dos nossos Ratatuis ainda nenhum atingiu o estrelato internacional, nem ibérico, daí algum paternalismo sentido nesse jantar onde o organizador de há dez anos deste evento não tem papas na língua e atreve-se a dizer que a gastronomia da moda está condenada, vai haver muitos restaurantes a fechar, inclusivé o El Bulli de Adriã: esta cozinha tem muita mão de obra, chegam a ser mais os cozinheiros na cozinha do que os clientes na sala.
Por mim gostei. Embora a esta hora não passa ver mais comida mesmo quando servida em doses tipo amostra.
Quando chegar a Lisboa vou logo ao McDonald`s com o meu filho de 7 anos.

segunda-feira, novembro 24, 2008

O regresso de Rui Patrício à democracia

O antigo ministro de Marcelo Caetano, Rui Patrício, reapareceu hoje na SIC-N entrevistado por Mário Crespo. Patrício era uma figura do regime: sempre emproado, bem vestido, vaidoso, cabelo comprido atrás e com gel- talvez brilhantina na época- e tinha aquele tique de transformar os R em G. tique que ainda hoje mantém e lhe dá charme.
Ele viveu nos últimos anos no Brasil, depois de ter saído de boleia do Quartel do Carmo na Chaimite que levava Marcelo para o seu exílio doloroso, triste e trágico. Rui Patrício é uma das últimas almas vivas do antigo regime e mostrou hoje que continua a ser um homem de convicções e de ideias próprias. Vê-se que gosta dos novos tempos mas que tem do regime antigo uma visão que não é nossa. Mário Crespo não o tratou muito bem, interrompendo-o e fazendo-lhe lembrar coisas do passado num estilo de interrogatório policial. Gosto do Mário Crespo mas confesso que não gostei do tom, principalmente vindo de quem foi oficial do exército colonial, oficial de Kaúlza e que até conheceu na altura Rui Patrício em Moçambique na sua qualidade de oficial.
O antigo ministro queria contar uma vida em 5 minutos e até se ofereceu ali em directo para voltar à televisão. Que tal ele entrar na Quadratura do Círculo?

domingo, novembro 23, 2008

BPN no churrasco

Hoje num fantástico churrasco em casa de um amigo meu, um dia de Sol de Outono lindo, um daqueles dias que nos devolvem o prazer de viver e conviver, um outro amigo recente dizia com desassombro:" Eu também tive aplicações no BPN que me rendiam em juros o dobro pois eram feitas em Cabo Verde. Agora é na verdade uma vergonha e é bom que estas coisas sejam metidas na ordem!". Toda a gente sabia disso. E o Banco de Portugal também. E quem lá fazia aplicações também verificava no extracto que a coisa por ali dava mais. Isto é para completar um comentário feito no post anterior. Nada daquilo era ilegal, atenção. Embora alguns investimentos possam ser naturais num cidadão normal, questionáveis serão em protagonistas políticos. Aqui já entra aquela questão da ética (que nem sempre coincide com a lei propriamente dita).

BPN ? Safa! Safa!

Venho por este meio declarar que nunca tive conta no BPN, nunca trabalhei para o BPN, nunca recebi nada em honorários, nunca lhes pedi dinheiro, nem nunca lá tive aplicações...o que é que vocês têm a ver com isso? As declarações de hoje do PR, metidos no site da Presidência, são totalmente descabidas: todas aquelas declarações podem ser verificadas online nos rendimentos do casal Cavaco Silva, e mesmo que fosse inversa a realidade nada poderia ser apontado a Cavaco Silva. Que aliás deverá ser o último dos suspeitos de falta de honestidade, já agora ao lado do casal Eanes nesta ditosa Pátria.
O cavaquismo pode ter sido muita coisa, e uma delas foi a de ter servido de forno à produção de muito do pior que há em Portugal em matéria de amiguismos e jogos de interesses, mas foi um fenómeno que passou sempre ao lado de Cavaco Silva, aliás para sua grande irritabilidade. Portanto aquelas declarações são tão inesperadas como se a Madre Teresa de Calcutá tivesse vindo um dia dizer que não era praticante de swing!!!
Agora, meus caros amigos, há umas pontas que ficam de fora. E essas pontas não são resolvidas com comunicados fora de tempo e de lugar. Uma das pontas é o papel de Dias Loureiro, conselheiro de Estado nomeado por Cavaco Silva e que teve um papel dirigente no BPN, e que foi um dos principais motores da campanha de Cavaco às presidências. E esse toque de pontas é sempre desagradável. Tal como se fecha um certo círculo se começarmos a desenhar os protagonistas do governo cavaquista e a forma como Oliveira e Costa, Leite, Loureiro e Cadilhe se encontram. Claro que nada disto prova nada nem nada disto é por si condenável. Mas são estas ligações perigosas que deixam a política cada vez mais descredibilizada junto da opinião pública. E é esta promiscuidade que é mortal.
António Marta, que tive o prazer de conhecer pessoalmente há umas semanas atrás num casamento e com quem pude partilhar a sua mesa numa simpática conversa, é um homem de uma honestidade à prova de bala. Ele negociou forte com a Europa a nossa entrada, sempre com ordenados de função pública e que tem um cargo no Banco de Portugal onde nunca teve promiscuidades com negociatas. Acredito na sua palavra.
E Dias Loureiro demite-se ou não de Conselheiro?

Oliveira e Costa, preso e doente

O Caso BPN é um novo escândalo nacional naquele género de novela Lusa iniciado com o Processo Casa Pia. E se há no meio de tudo isto evidentes malandros e potenciais condenados, também é verdade que a forma como tudo tem sido tratado, quer pela Justiça quer pela imprensa, pode criar vítimas e aliviar condenações aos verdadeiramente implicados.

Escrevo isto porque a prisão de Oliveira e Costa pode abrir caminho a casos de condenação antes do tempo, como sucedeu no processo da Casa Pia. Prender um homem que podia muito bem estar a esta hora num paraíso fiscal e prisional e optou ficar por Portugal não parece de muito bom senso, principalmente atendendo à sua idade e ao seu estado de saúde.
Porventura ele vai ser o bode expiatório ideal para se fazer de conta que a justiça é dura e para nos entretantos outros verdadeiros malandros no activo político e empresarial, e com cargos altos no Estado, possam passear pelos telejornais e fazerem os seus tempos de antena.

sexta-feira, novembro 21, 2008

Vítimas e heróis dos fotógrafos

O encerramento da Byblos

Quando há meia dúzia de anos ia a Madrid perguntava a mim próprio porque não havia livrarias daquelas em Portugal: espaçosas, de bom design, com livros de edições variadas sem complexos culturais. Então por cá as livrarias eram velhas, escuras, acanhadas, com edições bafientas em capas do tempo em que o design era um palavrão estranho.
Depois os livros ficaram na moda e tornaram-se em objecto de consumo. A FNAC veio dar um grande impulso mas já antes se notava uma mudança no mercado livreiro. Claro que em Portugal nunca há fome que não dê em abastança e todo o rico com pretensões a guru decidiu abrir uma livraria. Mas será injusta esta generalização. Editoras como a Bulhosa fizeram investimentos brutais pondo em risco a fortuna e o prestígio de uma vida, a Bertrand tornou-se numa editora moderna com títulos de gente nova e as livrarias transformaram-se em lojas fantásticas. O exemplo da aquisição da Guimarães é de saudar pela qualidade do projecto e pela forma como vai preservar a livraria e editora mais antigas de Portugal.
Só que passou a haver demasiadas livrarias para os ainda reduzidos portugueses que têm poder de compra para livros e até disponibilidade mental e cultural para matarem a fome de ler.
Muita gente compra e dá livros porque é um acto bonito, fica bem a quem dá e promove quem recebe. O livro que era um objecto de ratos de biblioteca passou a culto de consumo.
Com a crise dos créditos e com o apertar do cinto muitos tiraram aos livros para dar aos enchidos e como diria essa grande figura da democracia do Norte o comendador Avelino Ferreira Torres " a cultura é linda quando o estômago não está vazio!". Portanto: era inevitável o encerramento da Byblos como será inevitável o encerramento de muitas outras, algumas em cidades do interior que devem ter um cliente por dia para comprarem o Crime do Padre Amaro.
Na verdade nós crescemos mais do que a nossa sombra e como poucas coisas são sustentadas acabam por desabar ao pequeno tremor da economia.

quinta-feira, novembro 20, 2008

O dia das facas longas

Há uma crise recente que é financeira, mas há uma crise crónica instalada em Portugal há dez anos. É a crise dos valores, a corrupção no sentido mais entranhado na estrutura do regime, a promiscuidade dos interesses do Bloco Central, a vida dupla de muitas figuras públicas que dão a cara para ganhar votos e manter poleiros, e a outra que é a dos negócios, do poder do dinheiro.
O que hoje se dá a ver é que, afinal, a crise financeira está a destapar o lençol a muitas figuras que estiveram a fingir de cadáveres políticos, mas que continuavam a trabalhar pela calada nas maiores obscuridades.
E se o BPN foi a Dona Branca dos nossos colarinhos brancos, ainda vamos saber mais, muito mais.
Ontem na RTP-N (aliás renovada e muito bem com a presença competente e estimulante do João Adelino Faria, o Mário Crespo da geração dos trintas) Menezes largava a grande bomba sobre as dificuldades, as ameaças, que teve quando propôs uma avaliação do sistema bancário. Depois começou a recuar, mas está lá muita coisa para investigar sobre o que disse.
O BPN arrastará consigo o desfile de figuras políticas afectas ao PSD, muito ligadas ao ambiente partidário da Dra. Leite e de outras ex-figuras Cavaquistas que a tempo souberam retirar-se da política para se dedicarem a causas mais reais, como os negócios.
Oliveira e Costa parecia um amanuense quando era Secretário de Estado do Tesouro de Cavaco, e figura próxima da actual líder da oposição, hoje é um Transformer que remete Vale e Azevedo para um inofensivo inquilino que inventou uma torneira a pingar para não pagar ao senhorio!

Com a tareia levada no Brasil pela nossa infeliz selecção, com o recuo inútil da ministra da Educação, com Oliveira e Costa pronto para as algemas, com três bancos a pedirem já avales ao Estado, a Pátria entrou de vez na louca. Sócrates esconde-se, cala-se como o sabe fazer, e agora é Leite que pedala para os tempos de antena. E na Marmeleira Pacheco já deve ter apagado aquelas fotos que ele fez com orgulho na noite em que a sua líder ganhou um partido lamentável.
Pior é difícil.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Super Cola 3, cola banqueiros ao banco

A vida está mal para todos e se está mal para os pobres o que fará para nós! -Esta frase cínica e divertida é uma das minhas preferidas. Não que eu me sinta do lado de quem a profere. Mas na verdade os intocáveis estão a sentir-se da crise.

Claro que têm meios para matar a angústia e acabam por agir como aquelas mulheres dondocas frustradas perante o mau desempenho dos maridos no leito: sacam do VISA e vingam-se na primeira loja aberta que apanham. Eles, perante os fracassos em que deram as gestões inspiradas na nova economia, encomendam um carrão topo de gama, enquanto vão gizando as suas listas de Schindler da escumalha a despedir. Os políticos, perante o fracasso de uma política democrática decadente, inoperante e completamente incompetente, desatam a pedir inquéritos improváveis a si próprios numa fuga para a frente descarada, ou começam a falar ao microfone armados em "entretainers" rascas de Las Vegas e numa tirada digna dos Monty Python pedem ditadura sazonal, ou outros perante o afundamento do rectângulo pegam num computador da treta e põem no Itunes uma cantiga do Quim Barreiros numa versão Madre de Deus.
Os ressabiados e sobreviventes vêm dizer da sua razão antiga, como se isso contasse nos dias de hoje, onde a memória está amnésica, o decoro dado a porcos, o bom senso tornado moeda de troca.
Quando há uma multidão indignada porque querem fazer dela um exército de burocratas e não de ensinadores, há um ministro que enquadrado num candeeiro pires, fala como se a cartilha do Dr. Salazar tivesse sido aplicada aos novos tempos.
Pior: quando o Sr. Super Cola 3, que não larga um lugar que lhe calhou depois de ter fracassado como líder político, esse loser que é Vítor Constâncio (o Vitinho dos socialistas!) vem depois de ter demonstrado a maior incompetência (um novo empata) embora o seu salário astronómico lhe não devesse permitir fracassos, assim como às outras inteligências do B de P, vem dizer que há muito desemprego longo em Portugal porque... o subsídio é chorudo.
Que cambada de calões são os desempregados portugueses! Afinal se todos fossem como o Vitinho todos teriam emprego fácil: bastava colarem o rabo ao posto de trabalho com cola que cola banqueiros ao banco.
O dia de hoje dava um excelente relato político ao estilo futeboleiro: "Leite atrasa a bola, Passos aguenta o adversário, Sócrates com a bola ataca, rasteia Cavaco, este tropeça mas não cai, os professores ameaçam invadir o campo mas Constâncio ameaça colá-los à bancada com a cola mágica, Dias Loureiro assobia para o ar, Menezes continua a treinar e a fazer piscinas...golo! é golo de Sócrates. Mas estava fora de jogo".

10 milhões de fotos da LIFE no GOOGLE


O arquivo da extinta revista “Life” está disponível desde ontem no motor de busca de imagens do Google. São quase dez milhões de fotografias digitalizadas, algumas com data de 1750 e que nunca chegaram sequer a ser publicadas.

No entanto, por agora, apenas 20 por cento da colecção está disponível online mas, ao longo dos próximos meses, serão acrescentadas mais fotografias, até se atingir o total de cerca de dez milhões de imagens. “Este esforço (...) foi inspirado pela nossa missão de organizar a informação de todo o mundo e torná-la universalmente acessível e útil”, lê-se num comunicado emitido pela Google e assinado pelo engenheiro Paco Galanes. Todo o arquivo pode ser consultado na opção “ecrã inteiro” mas, se o utilizador desejar, pode comprar à própria “Life” uma impressão de qualidade, informa a mesma fonte.

No documento, a Google explica, também, que a maioria das imagens se encontrava no arquivo da revista na forma de negativos, slides, chapas de vidro, gravuras ou meras cópias. Retirado o pó, famosos fotógrafos como Alfred Eisendtaedt e Margaret Bourke-White estão agora disponíveis em todo o mundo. A Google destaca um dos seus “clássicos” favoritos de Eisenstaedt, em que crianças assistem a um espectáculo de fantoches, fotografado em 1963, precisamente no clímax da acção da peça, em que um dragão é massacrado.

A revista “Life” foi fundada em 1883 por John Ames Mitchell e, em 1936, passou para as mãos de Henry Luce que comprou o título, centrado no fotojornalismo. A última edição saiu em Maio de 2000. Agora existe apenas online, em Life.com. Informativa e divertida, superficial e séria, atraiu durante décadas os maiores fotógrafos: o desembarque na Normandia visto de perto por Robert Capa, Marilyn Monroe imortalizada por Milton Greene, as favelas do Rio de Janeiro pela lente de Gordon Parks, as temporadas de caça com Ernest Hemingway e Gary Cooper, os Beatles na piscina e o assassinato de John Kennedy são alguns exemplos das imagens memoráveis.

Destaca-se, ainda, as fotografias de Margaret Bourke-White da liberação dos campos de concentração nazis, assim como a primeira foto de soldados americanos mortos na Segunda Guerra Mundial, publicada em 1943./PÚBLICO

A dita dura por seis meses, please!!!

A tragédia do PSD é esta: cada cavadela de Manuela Ferreira Leite..uma minhoca. A proposta feita pela líder depois do almoço no American Club, com um fundo parecido com as paredes das cavernas (não há um Cunha Vaz para ver que ela nunca poderia aparecer a falar num cenário daqueles fazendo lembrar o túnel do comboio fantasma da extinta Feira Popular?) que o ideal era o país entrar em ditadura seis meses...a gaffe é mortal. Há ali uma pausa a seguir ao disparate mas a doutora que foi feita para tabuada e não para política já não evitou a bujarda.
Laranjinhas: aguentem não chorem e resistam a trazer o Meneses de volta!

Claro que o PS aproveitou bem, e o líder da bancada socialista, esse que ajudou a puxar as batinas em Coimbra quando o Américo ia a passar, veio dramatizar o disparate da opositora.
É preciso lata e achar que os portugueses entraram em Alzheimar profundo para vir defender a classe dos professores, quem os humilhou quando era ministra da educação. Repito: qualquer critica que Ferreira Leite faça ao PS cai na sua armadilha: ela foi muito pior quando foi ministra quer da educação quer das finanças. E ao seu partido cabem as maiores das responsabilidades pelo desastre luso. Hello!!! Acordem!
Sócrates entretanto engrenou a marcha atrás e devagar vai tentando arrumar o carro na garagem da vizinha; isto é: vai procurar arrumar sem riscar a pintura, tarefa difícil, mas o homem com uma oposição destas morre de manhã e renasce na hora de ponta quando a Sra Leite começa a cantar ao microfone.
Hoje Sócrates voltou à tecnologia e promete banda larga à populaça. Não sei como é que ele vai convencer as operadoras a abdicarem de milhões...a propaganda é isto.

terça-feira, novembro 18, 2008

Financial Times chumba Teixeira dos Santos

O ministro das Finanças português, Fernando Teixeira dos Santos, é o último de um “ranking” criado pelo “Financial Times”, há três anos, que aprecia o desempenho dos ministros europeus das Finanças e que é liderado pelo congénere finlandês, Jyrki Katainen.

O guia do jornal económico britânico baseia-se em informações estatísticas dos países de origem de cada ministro e na opinião de economistas e comentadores. Para o FT, a deterioração do ambiente económico e financeiro nos últimos meses constitui um momento particularmente difícil para quem lidera a pasta das Finanças na Europa.

Na cauda do “ranking”, na décima nona e última posição com 16,4 pontos (contra 3,8 pontos do ministro finlandês), Teixeira dos Santos é penalizado pelo fraco comportamento da economia portuguesa e pela baixa visibilidade da sua presença nas instâncias europeias, justifica o FT. O “ranking” analisa o comportamento dos ministros em três vertentes: testes político, de estabilidade e económico.

Na metodologia adoptada neste “ranking”, o ministro português surge na última posição do teste político, que mede a capacidade de resposta em relação à crise do sector bancário, a capacidade de liderança, incluindo na União Europeia, e a eficácia das suas políticas entre portas.

No teste da estabilidade, Teixeira dos Santos ocupa a melhor dos três itens, na posição 11. Nesta área é tida em conta a alteração dos mercados financeiros dos países desde o início da crise financeira internacional, baseado no custo de seguros face ao incumprimento nos empréstimos públicos.

Na vertente económica, os ministros são analisados em função do ajustamento das contas do sector público em 2009 em percentagem do PIB, a evolução das contas públicas desde 2004 e as receitas fiscais em percentagem do PIB./ Público

Sócrates dá e depois tira Magalhães às crianças

Na passada quarta-feira, José Sócrates distribuiu mais de 250 Magalhães em Ponte de Lima. Todavia, no final do dia os alunos tiveram que os devolver porque era apenas uma "experiência" e falta cumprir as formalidades.

No passado dia 12 de Novembro, o primeiro-ministro deslocou-se a Ponte de Lima para inaugurar duas escolas e entregar Magalhães aos 185 alunos da Escola do Freixo e 74 aos alunos de Refóios. A distribuição foi feita pelo próprio José Sócrates e os miúdos não esconderam a sua alegria. O que só ontem se veio a saber foi que, depois da comunicação social ter registado o momento e os governantes se terem ido embora, os alunos tiveram que devolver os computadores que tinham recebido.

O presidente da Câmara de Ponte de Lima confirmou ao JN que a entrega foi uma "experiência" para os jovens "se familiarizarem com os computadores" e que os alunos estavam devidamente avisados que não iriam ficar com eles para já. Segundo Daniel Campelo, os 259 computadores estão nas instalações das escolas à espera das necessárias formalidades e do pagamento para serem entregues. O autarca confessa que no dia não se apercebeu de nada de anormal e que "não acha mal nenhum" na iniciativa.

O JN contactou o gabinete do primeiro-ministro que afirmou desconhecer por completo a situação, salientando que não teve qualquer papel na organização da cerimónia, cabendo a mesma ao Ministério da Educação.

Ontem ao final do dia, a directora Regional de Educação do Norte garantiu à agência Lusa que o facto dos computadores terem ficado na escola se deveu "única e exclusivamente à metodologia adoptada" pelos docentes de Freixo.

"Os professores optaram por trabalhar mais intensivamente a socialização dos alunos com os computadores e, por isso, decidiram que nesta fase inicial aquela ferramenta ficaria na escola. Tão simples como isto", garantiu Margarida Moreira, salientando ainda que os alunos da Escola de Refóios já estão a levar os seus computadores para casa.

Jornal de Notícias












segunda-feira, novembro 17, 2008

Depois do Magalhães


Só um engenhocas formado ao domingo e depois do jantar é que podia ter neste carro o modelo ideal para Portugal. Se Corbusier dizia que o Citroen 2 Cavalos era o único carro que não destoava frente a uma catedral gótica, Sócrates só pode dizer que este carro não destoará nunca frente a um daqueles palácios beirões desenhados pelo Primeiro de Portugal.
O carro é um Magalhães com rodas e assume a filosofia dos tempos: crise, miserabilismo, falta de ambição e credo ecologista.
Três rodas em vez de quatro.Dois era uma mota, quatro uma multidão, três um mimo.
O banco que pode virar cagadeira, escape que funciona a gases naturais numa combinação generosa e explosiva com os fumos da co-incineração, amigo do ambiente, a descer vai à custa do orçamento e dispensa crédito bancário para aquisição.
António Costa já encomendou cem para descer do Castelo para a baixa com o Empata a gerir a frota.
É amarelo como convém aos traidores actuais da classe operária e pode fazer de cada professor desclassificado um potencial trôlha ucraniano.
O carro é lindo. E se Cavaco teve a Sharan- agora em fase terminal de produção, Sócrates tem o Cagalhães. Abaixo a Auto-Europa viva o Auto-Luso construído na Brandoa e sorteado pelo Sol, já que é um produto de prestígio e não droga. O carro contempla uma entrada USB para ligar ao Magalhães.
Estão previstas exportações para a Venezuela numa versão com carburador a partir de um cocktail molotov.

domingo, novembro 16, 2008

Ouvem-se os passos de Pedro Coelho

A confissão é lapidar, uma lápide política: Manuela Ferreira Leite, dixit:" Não podem ser os jornalistas a decidirem o que se deve ou não publicar". Não foi uma frase dita à saída de uma predica, à entrada para um carro, uma frase "en passant". Era um discurso escrito, pensado, com estatísticas e tudo. À 14ª peça do Telejornal quando o povo já ia na sobremesa e o futebol arrancava num canal concorrente. Houve cronómetro: quatro segundos, uma aparição breve de Leite, mais breve do que o tempo de azinheira que a Santa Padroeira tinha para falar aos pastorinhos.
Esta frase contra os jornalistas, a imprensa, é uma frase assassina contra a liberdade de informar. E se Sócrates já tem o seu Goobels, a Entidade Reguladora e o Emídio Rangel (o que não retira nada do seu talento e competência como homem de televisão) a Doutora Leite deu uma cambalhota em que só Pacheco Pereira a pode ter ajudado a estatelar-se ao comprido. Um discurso medíocre, sem golpe de asa, sem paixão política, sem intuição, e sobretudo com uma lamentável máscara crispada. Também ninguém espera outra coisa dela.
A Doutora Leite que foi a castigadora da classe média vem agora dizer que o governo está a carregar nos impostos! Ela que tão mal aproveitou os fundos comunitários (sessenta por cento dos fundos perderam-se) vem agora orar, ela que foi a ministra mais contestada da educação vem agora dá bocas à sua congénere em título e competência.
Manuela Ferreira Leite tem este problema: por muito que critique Sócrates ela conseguiu sempre ser muito pior do que ele. Com uma agravante: no tempo dela não havia crise.
Se havia dúvidas na competência de Leite perante o seu silêncio ela desvaneceu-se: a opositora de Sócrates é muito pior quando fala, é aquilo que se chama um desastre total. Se tivesse de ser classificada pelo seu partido...chumbava.
Já se ouvem os passos de Pedro Coelho e os tiros das armas de caça de Alegre. Isto com o ensino em ambiente de desobediência civil...só falta mesmo Cavaco entrar em cena, e também ele quebrar o silêncio incomodativo sobre a situação desgraçada que se vive no Parlamento da Madeira. Embora já haja ruído a mais no país há silêncios que não se aceitam. E há bocas que por si valiam o lugar. Falo do Procurador-geral a dirigir-se ao procurador João Aibéu. E já agora da Super Cola 3 com que o Vitinho se agarra ao seu lugar no Banco de Portugal (outro silêncio de Leite).
Um país de silêncios e de vozes mal colocadas.

sexta-feira, novembro 14, 2008

Luiz Carvalho no RCP com Filipa Martins

Tenho de ser a "Cunha Vaz" de mim próprio! Domingo às 22H no Rádio Clube Português (FM 104,3) lá estarei à conversa com a escritora Filipa Martins, "Olhos nos olhos", sobre vida e fotografia. Uma hora de conversa já gravada e que espero que não seja uma seca para os ouvintes. Estão convidados. Até lá.

Tomatada contra ministra Rodrigues

Os franceses aprenderam uma coisa: nunca mais empedrar as ruas de Paris com cubos. Os estudantes durante o Maio de 68 usaram os cubos como arma de arremesso contra os polícias. Sócrates vai ter de tomar medidas e passar a pôr o SIS a controlar o Tomate Guloso e os ovos do Aviário do Freixial. Estas substâncias alimentares viraram substâncias perigosas, piores do que aquelas que nunca saíram da co-incineração do ex-ministro do ambiente Sócrates.
Os putos desistiram de subverter com as novas tecnologias e passaram a usar as armas tradicionais: os tomates e os ovos.
Com a contestação a aumentar vamos ainda ter de seguida bolos de creme, depois favas do bolo-rei, depois coktails- molotov feitos com aguardente de cachaça e não nos admiremos se a arma final não for mesmo os Merdagalhães. Aquela pega dá jeito para dar balanço e aquilo voará facilmente: no ar as duas abas começam a bater e o bicho voa.
Se Sócrates descobre esta funcionalidade lá vai adiar a entrega ou então serão apenas os matriculados na Juventude Socialista a usufruírem da calculadora Gates.
A vida está má para todos, vai ficar pior para o nosso Primeiro.

quinta-feira, novembro 13, 2008

A oposição que embala o berço

O que aqui escrevi ontem sobre a revolta no ensino, foi hoje confirmada. Há um movimento de fundo alarmante. Até a minha mulher que não é estudante nem professora, recebeu um SMS apelando a uma greve de dois dias. Espero que não o façam nunca apelando por SMS à greve das esposas. Provavelmente acabo de dar uma ideia a alguma feminista tresmalhada. Adiante.
Há uma brecha com a breca no governo. Há um caminhar para o abismo. Sócrates está num caminho sem regresso. E se a Dona Câncio o critica sem resultados visíveis, o mundo do ensino não descola e vê-se.
Mas há outras chatices. Hoje ficámos a saber que as pequenas e médias empresas portuguesas são na Europa as mais penalizadas com os juros ao crédito. E que Durão Barroso que liberalizou o preço da gasolina no governo da contabilista-chefe Dra. Ferreira Leite ( mais uma para recordar!) vem agora acusar as petrolíferas por não baixarem o preço. O cinismo da associação dos taberneiros dos combustíveis já veio dizer que o preço do crude baixa mas a refinação e a distribuição sobe. Logo: estão-se nas tintas. Só que quando subiram os combustíveis o argumento era o do aumento do preço do crude.
E o governo aceita que o país fique refém desta gente ? Ou dá jeito para as contas de somar do orçamento?
Outra bronca na saúde: Houve uma derrapagem de não sei quantos milhões (é fazer as contas) relativamente ao que o ministro Cunha tinha previsto. Uma saúde cara no mesmo dia em que uma entidade sueca veio pôr Portugal no 26º na UE em eficácia no serviço público de saúde. Caímos do 16º para o 26º !!!
A vida está má para todos e Sócrates depois do Natal vai ferver. Perigoso: ele abusa da sorte enquanto o PSD embala o berço.

A corrida ao ouro português

vídeo de Luiz Carvalho

quarta-feira, novembro 12, 2008

O tsunami do ensino contra Sócrates

Sócrates tem sorte mas não devia abusar dela. Sabemos como se tem saído bem das encrencas, como a crise internacional o abençoa, como a memória do portuguesinho é curta. Mas ele não devia abusar da graça de Deus. Este segundo movimento do grande mundo da educação que consegue pôr todos, alunos, professores, directores e reitores contra o governo, e mais: que consegue fazer da oposição uma muralha de aço (mesmo sem gonçalvismo), tudo isto é mau, demasiado arriscado para um governo que se prepara para ir às urnas.
Ontem os professores, depois os alunos, depois a humilhação da ministra ter levado com uma ovada em cima (a crise académica de Coimbra nos anos sessenta foi mais branda), hoje o Reitor da Universidade de Lisboa a demitir-se, já hoje o ministro Gago a ficar gago, ainda hoje as escolas à frente nas melhores a rasgarem o compromisso das avaliações...há um nítido levantamento contra o governo. Uma insubmissão colectiva está iminente. Sócrates vai perder não esta batalha. Irá perder a guerra.
Se o PSD fosse um partido da oposição de huevos..meus amigos, já estávamos a caminho de eleições antecipadas. Esperem: não se admirem que Sócrates faça bluff e que se demita alegando pressões da oposição, do PR, para poder apresentar-se a novas eleições com o curriculum limpo, ou pelo menos oxigenado.
E não é só o mundo da educação. A escandaleira à volta do Vitinho começa a minar. O homem está agarrado ao lugar que nem uma lapa, não larga aquilo, e Ferreira Leite protege-o.
O que safa Sócrates é que o Natal está aí. Vai haver dinheiro fresco para as prendas, a gasolina baixa, o povo está-se nas tintas. Na hora de votar vai escolher entre um vendedor de caros usados e uma avozinha que gosta de debitar a tabuada nos serões para trabalhadores.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Gageiro na Mãe de Água



fotos de Luiz Carvalho (Panasonic LX3)
As fotografias do Eduardo Gageiro dispensam palavras. Porque falam por si e são boas em qualquer parte do Mundo. Ele marcou a fotografia portuguesa na década de 60-70 e sem as suas fotos Portugal era mais desconhecido, a nossa memória colectiva muito, mas mesmo muito, mais débil.
Eu sou fã das suas fotos desde os meus 16 anos. Influenciou-me imenso. Aprendi com ele a perspicácia no terreno, o atrevimento, a audácia, o nervo, a intuição amestrada. Gosto da força das suas fotos, do expressionismo, da mensagem directa. Do instante. Gosto do apuro técnico, da técnica fotográfica pura e do prazer pelo enquadramento. Claro que tudo isto é em Gageiro por vezes apenas e só instinto e intuição. Ele é uma espécie de batedor da floresta, alguém em quem se pode confiar para desbravar mato e apanhar a presa a qualquer momento.
Ele faz parte de uma geração de repórteres que estavam sempre no sítio onde os bate-chapas não estavam, à coca, a cheirar o imprevisível. Gageiro fotografava contra as regras, por vezes contra tudo e contra todos. Quando todos usavam flash ele "puxava" os filmes, quando os outros fotografavam o país sentado ele esperava que ele se levantasse. Quando os rotineiros iam jantar ele esperava que o caixão com o Salazar fosse destapado. Ainda muitos usavam a Rollei no umbigo ele já a punha rente ao chão para apanhar a alma dos peregrinos de Fátima. Ainda os outros não tinham descoberto a grande angular já ele a usava para estar perto da acção (e não conhecia de certeza a frase de Capa!).
O Gageiro é a nossa Amália da fotografia. Para o melhor, e para o pior só se for num certo salonismo que ele herdou dos tempos em que as tarde com o António Paixão no laboratório da Filmarte eram tertúlias de fotógrafos artistas.
Esta exposição que ele agora mostra na Mãe de Água confirma tudo isto mas também não acrescenta nada de novo. Que pode um fotógrafo acrescentar ao fim de 50 anos de carreira? São fotografias que revisitamos sempre com gosto. Mas desta vez a opção por provas digitais não foi a melhor. O papel e as impressoras Canon estão muito longe da excelência da EPSON e o resultado comparado com as impressões analógicas da exposição do Museu da Electricidade, feita há anos, é muito inferior. Mesmo a opção por um sépia que virou vermelho não foi a melhor. A mesma critica aplicaria ao livro.
Mesmo com estes percalços são as fotos do Gageiro. Eternas.

sábado, novembro 08, 2008

A foto de Diana Chaves a beijar Ana Guiomar



O beijo de que se fala: Diana Chaves e Ana Guiomar, amantes em Podia Acabar o Mundo.

Professores queixinhas

O que é que leva alguém a meter-se num autocarro e vir das berças até Lisboa, a ter de aturar os colegas do dia-a-dia, para participar numa manifestação que não leva a nada ?

Não sei como decorreu a manifestação dos professores, nem me interessa muito nesse particular. Apenas ultrapassei dezenas de autocarros na auto-estrada do Norte, vindo eu do Porto. Havia também muitos carros ligeiros com a lotação completa conduzidos na faixa esquerda por uns condutores deitados sobre o volante, que davam a perceber que só podiam ser professores.

A verdade é que, mesmo não conhecendo o tal processo de avaliação dos professores, a burocracia deve dominar o esquema da coisa. Se o processo de avaliação for tão bom como o que eu conheço nalgumas empresas privadas...aquilo deve ser além de inútil, estúpido, e mais grave: muito injusto. Mas também é verdade que os professores que andam há uma vida a avaliar alunos de uma forma arbitrária, injusta, nunca vieram a Lisboa fazer uma manifestação por causa disso. Nem nunca imploraram em anos anteriores à tutela:" Por favor avaliem-nos !!!". Essa rebaldaria que foi ter havido anos sobre anos em que os senhores professores eram promovidos automaticamente deu agora nesta solução: a Dona Rodrigues quer avaliar seja lá como for, e até o primeiro-ministro Sócrates que foi avaliado ao domingo, a horas tardias, também numa total rebaldaria, e assim pode ostentar o seu "petit nom" de engenheiro, acha que os professores têm de ser avaliados e a doer.

Os professores passam a viver para a sua avaliação em vez de viverem para ensinar. O que é notável! Ainda por cima aqueles que tiverem boa nota vão ficar na mesma pois não haverá dinheiro no orçamento para espertos. No privado é igual:" teve nota positiva mas tenha paciência este ano foi o ano da administração trocar de carro e não há nada para ninguém! Tenha paciência, vá com Deus! É a crise, isto está mau para todos!!!". Brinco mas a realidade não andará muito longe!!.

Com palavras de ordem e gritaria ao governo, os professores cantando e subindo a avenida, levados sim, vão regressar às suas casinhas e segunda- feira vão encontrar as mesmas escolas da burocracia, da ineficácia e da balda.

O ensino oficial em Portugal, tirando sempre as honrosas excepções, é uma merda sem qualidade, pago pelos contribuintes da classe média que na hora de terem de mandar os filhos para a escola acabam por ter de voltar a pagar para eles terem uma escola decente no privado. Nem o tal cheque-ensino o Estado quer devolver aos contribuintes!
Aqui falo mesmo por experiência própria.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Fotógrafos queixinhas

Os fotógrafos portugueses estão zangados com Sócrates. Ou melhor: ficaram nervosos depois de terem sido os últimos a saber que o ministro Pinho se preparava para adjudicar mais uma vez a um fotógrafo estrangeiro uma campanha sobre Portugal que iria custar um milhão de euros. Apanhado há dias atrás pela TVI, o ministro virou costas e deixou cair um murmúrio de que "isso é com o turismo". Mais tarde negou mesmo que houvesse algum contrato com um fotógrafo estrangeiro.


A verdade é que vai haver campanha de promoção sobre Portugal para a Primavera e o ministro Pinho já mostrou que adora campanhas como a do West Coast com fotógrafos lá de fora, na moda, pagos a peso de ouro.


Ora bem: os fotógrafos portugueses, que são em geral muito ciumentos, não acreditam que Pinho não resista a contratar mais um fotógrafo de bandeirada alta e decidiram pôr a correr na internet um abaixo-assinado para entregarem a Sócrates, protestando contra a falta de protecção do governo aos fotógrafos nacionais.
Escrevi várias vezes, mesmo aqui no Flagrante deleite, sobre a campanha West Coast. Sem ter sido nada original, sempre achei que a campanha era pouco eficaz, não dava uma ideia emblemática de Portugal, um país não pode nunca ser vendido como uma marca e as fotografias eram um truque fácil de photoshop. Vindo de um fotógrafo algo irreverente como Nick Knight, aquelas fotografias eram uma pastelaria pegada, um resultado de mau gosto a roçar o academismo. Quem não conhecia os heróis de Portugal continuava a não os conhecer, e mesmo quem os conhecia não era à primeira que reconhecia o Ronaldo ou o Mourinho. Uma campanha péssima, cara e quase inútil: tirando uma ou outra página da Time a campanha só era vista nas empenas dos prédios de Lisboa. Portanto: estava-se a "vender" um produto a quem já o tinha comprado: os estrangeiros que já estavam em Portugal.

O abaixo-assinado que corre na internet traz de novo à discussão o corporativismo de classe. Acho mal que os fotógrafos portugueses se indignem porque há um fotógrafo estrangeiro a trabalhar cá. Deviam antes ficar incomodados porque as fotografias que foram apresentadas na campanha West Coast eram más, banais e caras. Se o Nick Knight fosse português a crítica deveria ser exactamente a mesma.
Se os fotógrafos portugueses vão por este caminho do proteccionismo então nunca poderão trabalhar no estrangeiro, pelas mesmas razões que agora imploram ao primeiro-ministro. A fotografia é uma profissão sem pátria, os fotógrafos são mais do que quaisquer outros profissionais, cidadãos do Mundo. Por este princípio nem o arquitecto da Pirâmide do Louvre podia ser japonês nem o Robert Capa húngaro... os exemplos nunca mais acabariam. No limite até se pode considerar uma atitude xenófoba.
Este tique de queixinhas que os portugueses gostam de cultivar acaba por reflectir depois a sua condição de inferioridade. É como os arquitectos portugueses terem feito tudo (e conseguiram) para o projecto de Ghery para o Parque Mayer não ter ido avante. Preferem sempre os caixotes à anos setenta, o Bonjour Tristesse, o cinzentismo, a panelinha.
Este abaixo-assinado faz lembrar os protestos do antigamente e não vai alterar em nada o gosto do ministro Pinho pela chamada fotografia artística que alimenta o BesPhoto e que ele gosta de pendurar nas paredes. O protesto (a que até se associaram os comerciantes de material fotográfico!) não é sequer alternativa aos Nick Nights desta vida.
Defender nos dias de hoje este tipo, ou outro, de corporativismo não é nada saudável. Isola-nos e faz-nos ainda mais pequeninos. Lamentável.

(também em www.expresso.pt)

quarta-feira, novembro 05, 2008

ADEUS MILÚ

Morreu a Milú, a nossa Menina da Rádio, a star do cinema português dos anos 40-50. Era uma actriz cristalina, uma mulher que fez furor na Lisboa de outras eras. É uma tristeza o seu desaparecimento. Fotografei-a em sua casa para o Expresso há para aí 15 anos e nessa altura era ainda uma mulher bonita e charmosa. Fiquei sempre com vontade de a voltar a encontrar. Era talvez a última memória viva desses tempos que tanto marcaram o nosso imaginário.

Obama no dia seguinte

Obama agrada a todos e trouxe de novo à política o perfume da ideologia. Passámos a acreditar em ideais, a política abandonou os números, o pragmatismo, o realismo. Com Obama sonhou a América, a Europa dos valores, o Mundo da Paz. A cinzenta e conservadora América quando nos momentos de glória tudo parece sereno e discreto, veio agora para a rua ao buzinão e aos gritos, como se os anos sessenta tivessem ressuscitado.
Obama ganhou porque sim e ganhou para todos verem pelas costas o fantasma do maior cretino de sempre o Mister George W.
Passada a euforia e com os pés de novo assentes na América, todos cairão mais cedo ou mais tarde na realidade. Obama já mudou a América, pois era de esperança, convicção e fé que faltavam a todos para a crise desvanecer. Mas ainda Obama vai no adro e os problemas que o Homem vai ter de enfrentar não vão ser apenas palavras, vai ter de haver muita acção. Esperemos que a esperança não desvaneça.

TEMOS OBAMA !!!!


QUISEMOS A LUA E TOCÁMOS-LHE COM OS DEDOS

AS GRANDES FOTOS DA ELEIÇÃO AMERICANA

AS ELEIÇÕES AMERICANAS NO EL PAIS

terça-feira, novembro 04, 2008

A NOITE AMERICANA HORA A HORA

OS VIDEOS QUE MUDARAM A CAMPANHA

O Dr. Cadilhe está zangado com a nacionalização

O senhor doutor Cadilhe está zangado com o governo. O engenheiro Sócrates nacionalizou-lhe o banco como se ele fosse uma Dona Branca desautorizada a quem os tansos correram a retirar as apostas.
A esposa de Cadilhe ficou conhecida há 20 anos pela frase:" tudo o que entrou tem de sair!", já nem sei a propósito de quê. Talvez da mobília que a então Guarda Fiscal transportou graciosamente para o então espectacular apartamento no Complexo das Amoreiras, mudança feita aliás sem complexos nenhuns. Fascinados pelo meio lisboeta, vindos do Porto, o então ministro das finanças do Professor Cavaco dava uma de novo-rico, deixava-se fotografar para as poucas revistas do jet-set (então mais jet- dois e meio!) e acabou mal, como se recordam os mais velhadas.
Portanto, o senhor presidente do BPN está irritado e já anunciou, para grande desilusão do país e do governo, e dos contribuintes, que jamais ficará à frente do BPN nacionalizado-nosso! Embora ninguém queira o traste para nada.
Ontem ao visitar as instalações do BPN para fotografar a conferencia de imprensa pude constatar como o luxo e o gosto caro por ali abunda. Ainda bem. Nada de miserabilismos bacocos.
O senhor Cadilhe depois de amuado vai poder explicar à Pátria como reporia aquelas 700 milhões mocas e como iria conseguir o milagre da reprodução dos dinheiros mal parados.
Quem já veio dizer que "nunca tinha visto nenhuma irregularidade no BPN" foi Dias Loureiro, por acaso "compagnon de route" de Cadilhe no governo de Cavaco e também camarada dessa figura agora sumida, dada pelo nome de Oliveira e Costa, que quando era secretário de estado das finanças de Cavaco tinha uma especial tendência para apertar com os contribuintes. Era bom haver memória e contar as histórias destas figuras e da forma como se cruzam, ou por azar, sorte, destino ou....por viverem nesse país chamado Centrão.

Outra grande figura é o Vitinho. O homem tem-se mantido à tona no B de P sabe-se lá por alma de quem !... Decerto alguma penada.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Banco português de negociatas

Mesmo não percebendo nada de banca (nem quero!) - não posso ficar indiferente e atónito, como muitos outros portugueses perante a bronca do BPN. Este banco foi sempre uma entidade um pouco diferente dos outros, com figuras que passaram pela política e pelo período do El Dourado cavaquista (embora sem nada a ver com a seriedade de Cavaco, sempre à prova de bala), algumas polémicas como era o caso de Oliveira e Costa, um ex-secretário de Estado de Cavaco que ficou conhecido então pela arrogância fiscal. Bom, o que se dizia à boca fechada, de negócios em off-shores, de enriquecimentos rápidos...afinal havia fumo e havia fogo. E agora pergunto: NINGUÉM VAI PRESO ?

domingo, novembro 02, 2008

Luiz Carvalho fala hoje na RTP1 às 21H sobre a D. Branca

Branca dos Santos fotografada em 1983 por Luiz Carvalho para o Tal&Qual
A RTP fez-me o convite simpático para ir falar ao programa da Catarina Furtado, A Minha Geração, sobre o meu scoop fotográfico de há 25 anos, quando fotografei a D.Branca.
Estão todos convidados para assistirem. Até lá./ LC

O Homem do Magalhães, aquela máquina !!!!

Aquela intervenção de Sócrates na Cimeira Ibero-Americana a vender a merda do Magalhães como quem vende aspiradores vai ficar como o momento mais ridículo da política portuguesa no estrangeiro. Depois do seu amigalhaço Chavez ter dado no ano passado aquela bronca, foi agora a hora e a vez do engenhocas dar uma de vendedor de electrodomésticos.
Porque não saiu desta vez em defesa da boa educação Juan Carlos ? "Porque não te calas oh aldravilhas ???".

A cena triste e ridícula daquele que quer ficar conhecido como o Homem da Regisconta do século XXI, aquela máquina, levanta ainda por cima várias questões éticas. É legítimo um primeiro ministro e um governo promoverem uma marca de computador? Não há mais no mercado? O Windows é o único sistema operativo? Temos de usar todos windows como os governantes de há 20 anos nos queriam pôr a andar todos de Renault?
Sócrates tem o seu Trabandt dos computadores. Ele deve perceber tanto de computadores como eu de lagares de azeite... Aliás se perceber tanto de computadores como de engenharia e arquitectura...ou mesmo de inglês técnico...já agora de finanças...já agora de socialismo...uffff!!
Só falta a Maga Patológica, a Santa Padroeira da oposição vir defender o Magalhães para fazer a tabuada...
Socorro!!! Quero emigrar.